segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sugestão de leitura: Elizabeth Bishop

Elizabeth Bishop nasceu em 1911, nos Estados Unidos, na cidade Worcester. Embora tenha deixado uma obra literária pequena, Elizabeth foi uma das poetisas mais premiadas nos Estados Unidos. Entre os prêmios recebidos, estão o National Book Award, o Prêmio Pulitzer e o Prêmio da American Academy of Arts and Letters (para onde foi eleita em 1976). Também foi a primeira norte-americana a receber o Prêmio Neustadt.
Bishop viveu durante 16 anos no Brasil, onde produziu maior parte de sua obra. Além de escrever pomas, Bishop escreveu contos, ensaios e artigos para imprensa acadêmica. Também foi professora e conferencista.  
A seguir, deixamos como sugestão de leitura um de seus poemas mais conhecidos:


One Art

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

-Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.


Uma arte 

A arte de perder não é difícil de aprender;
Tantas coisas contêm em si a intenção
De serem perdidas, que perdê-las não é nenhum desastre.

Perca algo a cada dia. Aceite o problema
Da chave perdida, da hora gasta desnecessariamente.
A arte de perder não é difícil de aprender.

Depois pratique a perda com maior amplitude e rapidez:
Lugares, nomes e significados

Da viagem. Nada disso é motivo de preocupação.


Perdi o relógio de mamãe. E veja! A minha última
(ou quase última) das três casas amadas se foi.
A arte de perder não é difícil de aprender.


Perdi duas lindas cidades. E, maior ainda,
Alguns reinos que eu ganhei, dois rios, um continente.
Tenho saudade deles. Mas isso não é um desastre.


Mesmo perder você (a voz brincalhona, os gestos
que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não é tão difícil de aprender
por muito que pareça (Escreva!) um desastre.

Juliane Schröeder e Letícia Cardoso, bolsistas de extensão do IFRS - Campus Canoas

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