Fernando Pessoa foi um escritor português que nasceu em 1888 e morreu em 1935, em Lisboa. Até hoje, é considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal.
Aos seis anos de idade, Pessoa foi para a África do Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês. Das quatro obras que publicou em vida, três foram em inglês. Trabalhou em vários locais como correspondente das línguas inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, ao mesmo tempo em que produzia suas obras em verso e prosa.
Muito conhecido por suas diversas personalidades como poeta - seus heterônimos – Pessoa deixou uma vasta e rica obra literária, que encanta leitores de todos os tempos.
A seguir, deixamos para leitura um poema de sua autoria:
O amor
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...
Fernando Pessoa
Juliane Schröeder e Letícia Cardoso, bolsistas de extensão do IFRS - Campus Canoas
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