Cândido
Torquato Portinari, nascido em 29 de dezembro de 1903, no estado de São Paulo,
mal competou o ensino primário. Quando tinha 14 anos, conheceu pintores e
escritores vindos da Itália que atuavam na reconstrução de igrejas em Brodowski
e o “contrataram” para ser ajudante. Com 15 anos, decidiu deixar São Paulo e
foi para o Rio de Janeiro, em busca por aperfeiçoar seus dons na Escola
Nacional de Belas Artes. Durante seus estudos, Portinari chamava atenção tanto
de professores quanto da imprensa, por ter um grande potencial. Com 20 anos, já
participava de várias esposições, recebendo elogios de várias colunas de
jornais. Com tudo isso, começou a despertar no artista uma admiração por um
movimento considerado marginal, o modernismo. Em 1928, ganhou a medalha de ouro
do ENBA, um de seus prêmios mais esperados, e, com ele, uma viagem para a
Europa.
Passou dois
anos morando em Paris, tempo essencial para o estilo que tornaria Portinari
consagrado. Em Paris, teve contato com Van Dongen e Othon Friesz, outros artistas
da época. Também conheceu Maria Martinelli, uma uruguaia de 19 anos, com quem
ele passaria o resto de sua vida. A distância do Brasil causou nele um
interesse social profundo, o que o aproximandou do país novamente.
Em 1946,
retornou ao Brasil. Mudou completamente sua obra, valorizando cores nas
pinturas. Aos poucos, abandonou as telas pintadas a óleo e começou a se dedicar
mais em murais e afrescos. Assim, em 1939, expôs três telas no Pavilhão
Brasil da Feira Mundial, em Nova Iorque. Nessa exposição, seus quadros chamaram
a atenção de Alfred Barr, diretor geral do Museu de Arte Moderna de Nova
Iorque. Alfred Barr comprou a tela “Morro do Rio” e a expôs no MoMA (Museu de
Arte Moderna de Nova Iorque), ao lado de obras de grandes artistas conhecidos mundialmente.
O interesse de Barr pela obra de Portinari fez com que ele preparasse uma
exposição individual do artista em Nova Iorque.
Ao visitar o
MoMA, Portinari impressionou-se com uma obra de Pablo Picasso que mudaria seu
estilo novamente, chamada “Guernica”.
Em 1951, a
política fez com que Portinari voltasse ao Brasil. Nesse mesmo ano, aconteceu a
1ª Bienal de São Paulo, que expôs obras de Portinari com destaque. Porém, nessa
década, ele apresentou muitos problemas de saúde. Em 1954, ele teve uma grave
intoxicação pelo chumbo presente nas tintas e, desobedecendo as ordens médicas,
continuou pintando e viajando para para exposições internacionais. No começo de
1962, Portinari foi convidado para uma exposição de 200 telas em Milão. No dia
6 de fevereiro do mesmo ano, morreu envenenado pelas mesmas tintas que o
tornaram um grande artista. Seu filho hoje cuida dos direitos autorais de
suas obras.
Algumas das
pinturas mais conhecidas de Portinari são "Os milagres de Nossa
Senhora", "Via Sacra" e "Os Retirantes". Segue o abra "Os Retirantes":
A vida de Cândido Portinari foi marcada por muitos mais acontecimentos, eles podem ser lidos no link: http://www.portinari.org.br/
Giovanna Tonello e Milena Fontana, bolsistas de extensão do IFRS – Campus Canoas